segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Os Jardins dos Vizinhos

Você olha os jardins da sua casa, de sua rua, de sua comunidade. Passa os olhos por paisagens cheias de verde. E acha que vai tudo bem! Você economiza água para que, no final do mês, algum dinheiro reste para ser aplicado em outros investimentos. Você apaga as luzes ao sair de um cômodo, de casa, ou para dormir, e tira os equipamentos do modo "stand by", para que a conta não lhe salte os olhos pelo preço exorbitante - É seu mundinho, sobre o qual você diz ter o "total" controle. Esse é o seu jardim!

Todas as mudanças climáticas, o degelo na Antártida, queimadas na Austrália, derramamento de petróleo nas bacias brasileiras, genocídios, armas químicas, o Brasil como financiador de guerras com a venda de armas e  munições, desmatamento na Amazônia e na Mata Atlântica, despejo de lixo no mar, experiências com animais, caça de animais ameaçados de extinção, tráfico de órgãos, e de biodiversidade, exploração sexual de menores e de mulheres, até de alguns homens (não se assuste!), trabalho escravo e infantil, populações tradicionais indígenas e não-indígenas expulsas de sua terra. Tudo isso (e mais) é o que você diz "não ter controle algum". É o jardim do outro!

Se você culpa o outro pelo que acontece no mundo, saiba, tudo o que acontece no seu jardim e no jardim do outro, juntos, são responsáveis pelos problemas no mundo. Seja por participação nessa "roda viva", seja por omitir-se em ajudar. Pena que os efeitos da catástrofe maior sejam compartidos entre todos os jardins e fiquem imperceptíveis separados, mas, da mesma forma como se usa dizer que "você é uma gota num 'oceano de gotas'", suas ações, positivas ou negativas, influenciam no todo.

Cuide do seu jardim, mas olhe adiante. A responsabilidade pelo mundo não é do vizinho apenas e não é das "próximas gerações". E se seu vizinho é banana o suficiente para não agir, aja você e mostre para ele como deve ser feito. Até porque, creio eu, se ele pular da ponte Rio-Niterói, você não fará o mesmo que fez o "banana". Pense com a cabeça e não pague com o corpo, ou melhor, com o mundo!

quarta-feira, 25 de julho de 2012

O ambiente ideal para escrever a dissertação

Aqui no apartamento em que moro, sinto dificuldade imensa de me concentrar para a escrita da dissertação, o que é, no mínimo, importante para a análise mais real dos resultados. O que acontece é que eu tenho facilidade em desligar quando preciso, tarefa que tem sido quase impossível, com os "horários da casa", o que significa "horários de saída e retorno de seus componentes". Em outras palavras, a casa está sempre com movimento, e, quando se encerra um ciclo, inicia-se outro. E eu no meio disso tudo. Por esse motivo, resolvi criar meu espaço de concentração, inspiração. 
Quem estuda precisa, sim, de um ambiente especial para isso, onde se sinta bem, à vontade, com uma temperatura agradável, com luz ideal (que não incomode de tão claro e não force a vista de tão escuro), com móveis que garantam a postura mais confortável e saudável. A limpeza do ambiente de estudo também é importantíssima, porque cheiros ruins, acúmulo de sujeira, ácaros, fungos podem influenciar a saúde pessoal, o que vai, consequentemente, influenciar na dissertação, já que quem a faz ficará (naturalmente) doente. 
Resolvi criar meu espaço, como dito antes. E, para isso, sem gastar quase nada, reciclei e reutilizei, mudei significados para alguns objetos. Veja como ficou:
 Porta antiga reciclada. Pintada com tinta acrílica ecológica, detalhes de borboletas. Para que ninguém incomode nos momentos de abstração.

 Quadro-branco feito de fundo de guarda-roupa, coberto com contact branco. Aqui, ainda sem fixar na parede. Bom para anotar ideias, fazer ligações e não esquecer informações importantes.

 Bancada de trabalho feita reutilizando portas de guarda-roupa antigo. Muito espaço para espalhar os materiais pela mesa.

 Porta-lápis feito de pote de cápsulas, com as bordas queimadas que dão o efeito torcido para fora, que ajuda a não arranhar. Funcionalidade dos lápis e canetas à mão.

Bem, ainda estou construindo esse meu espaço, faltam alguns detalhes, mas já está quase pronto. Depois, postarei mais atualizações nesse espaço. Agora, dêem licença, que preciso estudar! ;)

terça-feira, 10 de julho de 2012

Orientação é estressante para você?

Hoje, comecei a pensar em como a orientação pode tornar-se estressante, traumática, ao ponto de ligar para o orientador ser algo que causa um certo frio na barriga. Mas por que isso acontece?

Bom, devo pontuar que meu mestrado, minha dissertação, os estudos, as pesquisas em campo são de grande importância para a construção acadêmica e profissional, não apenas por se tratar de um título de mestra, por dar visibilidade ou pelo fato de estar estudando na UnB, o que, pelo menos no Rio (meu lugar de origem), realmente causa um novo olhar. E, de fato, apesar dos defeitos, a Universidade de Brasília é excelente! Vai além disso. Todo esse universo atual em que estou incluída me é importante pelo fato de ter a chance de ajudar a quem precisa, através do olhar da comunidade e por meio de sua voz. Isso é o que acho fantástico. Claro que tenho minha visão crítica sobre os fatos e as mudanças socioambientais e a situação de conflitos imposta a eles no pior estilo "goela abaixo", mas é ainda melhor, mais verdadeiro, mais pé-no-chão falar desses problemas por meio de sua voz (da comunidade).

Ah, não é segredo para ninguém (que me conhece) que sou apaixonada pela Ilha Grande (Angra dos Reis, RJ). Isso está estampado no meu olhar, no meu coração e, há um ano e meio, na minha pele também - expresso em desenho, em tupi, com todas as cores dessa paixão, nutrida desde minha infância. Não sou badieca, caiçara, ilhéu de certidão, mas meu coração - ah, esse coração! - é todo da Ilha.

(Samara, eu e Kauã no Aventureiro. Foto: Deborah Prado)

A Vila do Aventureiro tornou-se um xodó. É um lugar além do lugar. Tem uma alma, um espírito alegre, naturalmente receptivo, onde soltam-se fogos de artifício para os forasteiros que, em festa de janeiro, se achegam para comemorar juntos. Mas no decorrer das pesquisas, descobri a alma do lugar - as pessoas. Eu realmente os amo demais! Tudo o que fazem tem um sentido próprio e, assim, dão sentido ao lugar, aos processos culturais, à natureza que os envolve, ao mundo "de dentro" e "de fora". Tudo tem um sentido além do visto e do dito. A simplicidade e sinceridade de suas ações e sua fala são o que me motiva a continuar estudando, mesmo depois que esse mestrado acabar - o que está perto.

(Eu e Alessandro na roça da Joana. Foto: Deborah Prado)

Bom, está clara a importância que dou a essa minha pesquisa, apesar de eu não ter dito tanto. Tudo o que é conversando com o orientador é importante. Tudo me diz o que eu posso ou não usar na dissertação. As conversas são direcionadoras. Agora me diz, como não ficar nervosa a cada conversa com o orientador? Para mim, isso é estressante sim, e sempre penso em pautas para conversar, em discussões a serem feitas, e que quase nunca sigo (hehehe)!

O que fazer? Aproveitar! Porque sei que isso não dura para sempre, e está bem perto de acabar, já que defendo minha dissertação em dezembro (previsto no meu cronograma, mas...) e, depois, é só pensar no doutorado, porque mestrado mesmo acaba em breve. Por ora, tenho que pensar no sucesso da dissertação, mas antes mesmo disso, a qualificação por que preciso passar para dissertar em seguida!

Vamos lá! Coragem! ;*

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Conversão de Arquivos (AMR para MP3) - Format Factory

Ah, o dia em que me permitiram conhecer o Format Factory... um dia de esperança na minha vida! Estava desesperada há algum tempo por causa de um arquivo importantíssimo e urgente do mestrado, que precisava ouvir, mas que estava preso no meu celular e que não conseguia converter com nenhum programinha desse mundo...

Eu gravo todas as conversas com minha orientadora, que acontecem semanalmente. Geralmente, levo meu gravador mas passei a ter a mania feia de esquecê-lo sobre minha mesa antes de sair para as tradicionais orientações de terça-feira à tarde, no CET/UnB. Ah, que bom que existe meu celular, que me salvou de ganhar uma bronca por ter esquecido o gravador em casa! Metade do problema resolvido, cheguei em casa e tentei passar o arquivo (extensão AMR) do celular para meu notebook e convertê-lo para MP3. POR NADA NESSE MUNDO, adiantou o esforço. Outra metade do problema a resolver.

Três meses depois, precisando retornar àquela orientação, alguém (não me recordo quem) me contou sobre o tal Format Factory, que seria bom para converter arquivos. Uma semana depois, havia esquecido o nome do programa, entre um compromisso e outro, entre conjecturas diversas e abstrações. Resolvi perguntar publicamente, no Facebook, se alguém conheceria um programa conversor de arquivos AMR para MP3, e meu amigo (com quem estudei no Ensino Médio) Flávio Zeferino (obrigada, de novo, Flavinho!) respondeu que o Format Factory é um programa muito bom, que converte qualquer extensão para qualquer extensão.

Ontem, baixei o Format Factory do site Baixaki (link abaixo), e, como um renovador de esperanças, consegui converter a bendita orientação. Agora é só ouvir, fazer anotações e continuar meu projeto do Mestrado, que minha qualificação se aproxima.

Link para o download: http://www.baixaki.com.br/site/dwnld52183.htm

Obrigada, Flavinho! Obrigada, Format Factory!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O que eu poderia e o que me cabe fazer



Eu poderia simplesmente me mudar para um lugar bucólico que amo, que me deixa em paz e que zera meu irritômetro. 
Eu poderia ter uma casinha de tijolos, de madeira ou de estuque, com vista para a mata ou para o mar, uma varanda e uma rede para deitar.
Eu poderia, relaxadamente, recostar-me nesse canto e refletir, pensar em letras para escrever, juntar palavras em poemas de deslumbre, encantamento.
Mas escolhi outro caminho. Não resistiria usufruir tal lugar e tudo sem que o conhecesse mais profundamente. Preferi abrir mão desse lugar por um momento, até que possa lutar por ele com mais força e propriedade.
Um dia, terei felicidade em plenitude, proximidade o bastante para me sentir mais feliz, mais em paz, quando eu quiser! Porém, mais que a paz, importa que eu brigue, reclame e participe das guerras. Guerras essas a favor daquele que sinto como se fosse meu lugar!