quarta-feira, 25 de julho de 2012

O ambiente ideal para escrever a dissertação

Aqui no apartamento em que moro, sinto dificuldade imensa de me concentrar para a escrita da dissertação, o que é, no mínimo, importante para a análise mais real dos resultados. O que acontece é que eu tenho facilidade em desligar quando preciso, tarefa que tem sido quase impossível, com os "horários da casa", o que significa "horários de saída e retorno de seus componentes". Em outras palavras, a casa está sempre com movimento, e, quando se encerra um ciclo, inicia-se outro. E eu no meio disso tudo. Por esse motivo, resolvi criar meu espaço de concentração, inspiração. 
Quem estuda precisa, sim, de um ambiente especial para isso, onde se sinta bem, à vontade, com uma temperatura agradável, com luz ideal (que não incomode de tão claro e não force a vista de tão escuro), com móveis que garantam a postura mais confortável e saudável. A limpeza do ambiente de estudo também é importantíssima, porque cheiros ruins, acúmulo de sujeira, ácaros, fungos podem influenciar a saúde pessoal, o que vai, consequentemente, influenciar na dissertação, já que quem a faz ficará (naturalmente) doente. 
Resolvi criar meu espaço, como dito antes. E, para isso, sem gastar quase nada, reciclei e reutilizei, mudei significados para alguns objetos. Veja como ficou:
 Porta antiga reciclada. Pintada com tinta acrílica ecológica, detalhes de borboletas. Para que ninguém incomode nos momentos de abstração.

 Quadro-branco feito de fundo de guarda-roupa, coberto com contact branco. Aqui, ainda sem fixar na parede. Bom para anotar ideias, fazer ligações e não esquecer informações importantes.

 Bancada de trabalho feita reutilizando portas de guarda-roupa antigo. Muito espaço para espalhar os materiais pela mesa.

 Porta-lápis feito de pote de cápsulas, com as bordas queimadas que dão o efeito torcido para fora, que ajuda a não arranhar. Funcionalidade dos lápis e canetas à mão.

Bem, ainda estou construindo esse meu espaço, faltam alguns detalhes, mas já está quase pronto. Depois, postarei mais atualizações nesse espaço. Agora, dêem licença, que preciso estudar! ;)

terça-feira, 10 de julho de 2012

Orientação é estressante para você?

Hoje, comecei a pensar em como a orientação pode tornar-se estressante, traumática, ao ponto de ligar para o orientador ser algo que causa um certo frio na barriga. Mas por que isso acontece?

Bom, devo pontuar que meu mestrado, minha dissertação, os estudos, as pesquisas em campo são de grande importância para a construção acadêmica e profissional, não apenas por se tratar de um título de mestra, por dar visibilidade ou pelo fato de estar estudando na UnB, o que, pelo menos no Rio (meu lugar de origem), realmente causa um novo olhar. E, de fato, apesar dos defeitos, a Universidade de Brasília é excelente! Vai além disso. Todo esse universo atual em que estou incluída me é importante pelo fato de ter a chance de ajudar a quem precisa, através do olhar da comunidade e por meio de sua voz. Isso é o que acho fantástico. Claro que tenho minha visão crítica sobre os fatos e as mudanças socioambientais e a situação de conflitos imposta a eles no pior estilo "goela abaixo", mas é ainda melhor, mais verdadeiro, mais pé-no-chão falar desses problemas por meio de sua voz (da comunidade).

Ah, não é segredo para ninguém (que me conhece) que sou apaixonada pela Ilha Grande (Angra dos Reis, RJ). Isso está estampado no meu olhar, no meu coração e, há um ano e meio, na minha pele também - expresso em desenho, em tupi, com todas as cores dessa paixão, nutrida desde minha infância. Não sou badieca, caiçara, ilhéu de certidão, mas meu coração - ah, esse coração! - é todo da Ilha.

(Samara, eu e Kauã no Aventureiro. Foto: Deborah Prado)

A Vila do Aventureiro tornou-se um xodó. É um lugar além do lugar. Tem uma alma, um espírito alegre, naturalmente receptivo, onde soltam-se fogos de artifício para os forasteiros que, em festa de janeiro, se achegam para comemorar juntos. Mas no decorrer das pesquisas, descobri a alma do lugar - as pessoas. Eu realmente os amo demais! Tudo o que fazem tem um sentido próprio e, assim, dão sentido ao lugar, aos processos culturais, à natureza que os envolve, ao mundo "de dentro" e "de fora". Tudo tem um sentido além do visto e do dito. A simplicidade e sinceridade de suas ações e sua fala são o que me motiva a continuar estudando, mesmo depois que esse mestrado acabar - o que está perto.

(Eu e Alessandro na roça da Joana. Foto: Deborah Prado)

Bom, está clara a importância que dou a essa minha pesquisa, apesar de eu não ter dito tanto. Tudo o que é conversando com o orientador é importante. Tudo me diz o que eu posso ou não usar na dissertação. As conversas são direcionadoras. Agora me diz, como não ficar nervosa a cada conversa com o orientador? Para mim, isso é estressante sim, e sempre penso em pautas para conversar, em discussões a serem feitas, e que quase nunca sigo (hehehe)!

O que fazer? Aproveitar! Porque sei que isso não dura para sempre, e está bem perto de acabar, já que defendo minha dissertação em dezembro (previsto no meu cronograma, mas...) e, depois, é só pensar no doutorado, porque mestrado mesmo acaba em breve. Por ora, tenho que pensar no sucesso da dissertação, mas antes mesmo disso, a qualificação por que preciso passar para dissertar em seguida!

Vamos lá! Coragem! ;*

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Conversão de Arquivos (AMR para MP3) - Format Factory

Ah, o dia em que me permitiram conhecer o Format Factory... um dia de esperança na minha vida! Estava desesperada há algum tempo por causa de um arquivo importantíssimo e urgente do mestrado, que precisava ouvir, mas que estava preso no meu celular e que não conseguia converter com nenhum programinha desse mundo...

Eu gravo todas as conversas com minha orientadora, que acontecem semanalmente. Geralmente, levo meu gravador mas passei a ter a mania feia de esquecê-lo sobre minha mesa antes de sair para as tradicionais orientações de terça-feira à tarde, no CET/UnB. Ah, que bom que existe meu celular, que me salvou de ganhar uma bronca por ter esquecido o gravador em casa! Metade do problema resolvido, cheguei em casa e tentei passar o arquivo (extensão AMR) do celular para meu notebook e convertê-lo para MP3. POR NADA NESSE MUNDO, adiantou o esforço. Outra metade do problema a resolver.

Três meses depois, precisando retornar àquela orientação, alguém (não me recordo quem) me contou sobre o tal Format Factory, que seria bom para converter arquivos. Uma semana depois, havia esquecido o nome do programa, entre um compromisso e outro, entre conjecturas diversas e abstrações. Resolvi perguntar publicamente, no Facebook, se alguém conheceria um programa conversor de arquivos AMR para MP3, e meu amigo (com quem estudei no Ensino Médio) Flávio Zeferino (obrigada, de novo, Flavinho!) respondeu que o Format Factory é um programa muito bom, que converte qualquer extensão para qualquer extensão.

Ontem, baixei o Format Factory do site Baixaki (link abaixo), e, como um renovador de esperanças, consegui converter a bendita orientação. Agora é só ouvir, fazer anotações e continuar meu projeto do Mestrado, que minha qualificação se aproxima.

Link para o download: http://www.baixaki.com.br/site/dwnld52183.htm

Obrigada, Flavinho! Obrigada, Format Factory!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O que eu poderia e o que me cabe fazer



Eu poderia simplesmente me mudar para um lugar bucólico que amo, que me deixa em paz e que zera meu irritômetro. 
Eu poderia ter uma casinha de tijolos, de madeira ou de estuque, com vista para a mata ou para o mar, uma varanda e uma rede para deitar.
Eu poderia, relaxadamente, recostar-me nesse canto e refletir, pensar em letras para escrever, juntar palavras em poemas de deslumbre, encantamento.
Mas escolhi outro caminho. Não resistiria usufruir tal lugar e tudo sem que o conhecesse mais profundamente. Preferi abrir mão desse lugar por um momento, até que possa lutar por ele com mais força e propriedade.
Um dia, terei felicidade em plenitude, proximidade o bastante para me sentir mais feliz, mais em paz, quando eu quiser! Porém, mais que a paz, importa que eu brigue, reclame e participe das guerras. Guerras essas a favor daquele que sinto como se fosse meu lugar!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Sonhos - Termômetro do estresse

Bom, final de semestre, várias atividades, tarefas inadiáveis. A solução é sentar-se à frente de um computador e encará-lo por horas a fio. Ainda bem que acabou (quarta-feira), mas decidi escrever sobre isso. Desde a semana passada, venho escrevendo muito, principalmente nos últimos dias.

Entre terça e quarta, apelei, fiz uso de duas latas de energético enormes para poder me manter acordada, sem ao menos piscar os olhos. Tudo bem, entre 4h40 e 6h30 da manhã, eu dormi. Quando despertei, parecia uma morta-viva. Liguei o notebook, os olhos tremiam quando fazia força para que se mantivessem abertos. Tomei um banho quase frio, não deu certo. Fui ao mercado comprar mais um energético. Consegui ficar acordada até 19h30, quando comecei a dar sinais de cansaço novamente. Tomei café. Por fim, enviei o ensaio final da disciplina de Sustentabilidade às cerca de 22h. Mas hoje, sexta-feira, ainda me sentia cansada.

Todos sabem que meu objeto de estudo é a Ilha Grande, mais especificamente o Aventureiro. E, como leio e penso na Ilha todos os dias, terrivelmente, meu termômetro de estresse também é minha Ilha preferida. Vou explicar melhor: quando me sinto pressionada, ansiosa, estressada, irritada, triste, sonho que a Ilha está sendo atingida por tufões, ciclones, tempestades, grandes ondas, lixo, esgoto, favelas,degradação cultural, turistas mau-educados e todo tipo de coisas tristes que se possam imaginar. Esse é meu termômetro de estresse!

Pensando nisso, fui pesquisar o que pode ser tratado como indícios do estresse e encontrei esses abaixo. Entre parênteses, meus comentários pessoais.

  • Falta de equilíbrio entre a vida pessoal e profissional (Vivo o mestrado. Ponto.)
  • Dificuldades para tomar decisões
  • Problemas em cumprir prazos importantes (Quando se tem mais de um trabalho na mesma semana, leituras, discussões e prazos curtos... o importante é cumpri-los, não interessa o que se faz para isso)
  • Sentir fadiga ou sono mesmo tendo dormido o suficiente (Cansaço mental, só na época das férias mesmo é que consegue-se estudar com mais calma)
  • Baixa auto-estima. (Sem receber bolsa, sem emprego por falta de disponibilidade de horário, sem ver os amigos, e longe da família e do lugar que mais amo no mundo... é, é razoável!)
  • O dia de trabalho parece não ser suficiente para realizar todas as tarefas (Por isso que uso as noites e finais de semana também)
  • Tendência a criticar e a discutir
  • Depressão ou desestímulo (Depois de tudo o que disse acima, também parece razoável)
  • Falta de memória (Sem dormir, lendo livros e mais livros por dia, à base de café e energéticos... dá nisso)
  • Ter a constante sensação de que algo está errado ou faltando
  • Comer menos ou mais do que o usual (Às vezes esqueço que não comi nada o dia todo)
  • Fumar, beber ou usar drogas para poder trabalhar (Bom, não fumo, mas tenho bebido café e energéticos, tipo Red Bull, Monsters, para me manter acordada por mais tempo)
  • Palpitações cardíacas irregulares (só quando deixo de dormir e tomo energético para dar conta de estudar sem parar...)
  • Respiração ofegante
  • Dores ou entraves nas costas, ombros ou pescoço (Devido às posições de estudo, a coluna pede arrego!)
  • Pressão sangüínea anormal
(Fonte: http://www.sonhos.com.br/stress.phtml)

Férias??? Só quando o mestrado terminar. Depois, um doutorado para completar! E assim a vida segue, toma seu rumo e chega ao destino esperado! Com alguns problemas, mas...! ;)

sábado, 5 de novembro de 2011

Madrugada

Alguém me disse, dia desses, que preciso dormir bem para conseguir estudar bem. Lembro-me que, na última fase da seleção para o mestrado, quando passei por uma banca, uma das integrantes da mesa (e atual orientadora, Ellen Fensterseifer Woortmann, é importante ressaltar!) dirigiu a mim uma pergunta: "Há algo na sua vida que possa te impedir de estudar de alguma forma? Um namorado, cachorro, papagaio...?". Eu respondi que não. Ali, naquele momento, assinava meu contrato de noites em claro, fins de semana sem muito contato com sol e céu azul. Ali, num ato de loucura extremamente inconsequente, e por ver o interesse da Professora Ellen sobre a Ilha Grande, e como fluía uma conversa informal, perguntei se a banca já tinha acabado, e mostrei meu mapa da Ilha (Que irresponsabilidade! hahaha... não quis nem saber, foi espontâneo demais pra ter pensado se queria ou não fazer isso realmente. Simplesmente aconteceu!). Ali, começava meu mestrado.
Bem, o fato é que produzo mais ficando acordada de madrugada para estudar, apesar do que, tenho dois dias de aulas pela manhã, e fico destruída nesses dias. Tenho tantos materiais a ler, tantos livros em outras línguas, teses e mais teses. Ainda tenho que dar conta da preparação do projeto e de mais dois artigos para o fim do semestre. Como fazer isso estudando de dia somente? Prolongo esse período até quando dá. Por vezes, 5h da manhã. Outras vezes, apenas 3h ou 2h.
Depois disso, a pele começa a ficar sem brilho, olheiras. Pareço uma mestranda louca. Apenas pareço ou me tornei assim? Hmm, isso é um caso a se pensar. Além das "sequelas" aparentes, o corpo está com cansaço acumulado e sinto a gravidade fazendo efeito maior que o comum. Não consigo mais encostar em qualquer lugar sem sentir sono: ônibus, sofá, colo da minha mãe. Bato no canto e capoto, em termos bem populares!
E vem me dizer o que é saudável? A essa altura dos estudos, infelizmente, a saúde não tem sido prioridade! Espero que meu corpo entenda e aceite que isso é temporário! hahaha Tadinho!
Ai, quanta bobagem escrevi a essa hora da madrugada. Só não apago tudo porque um dos intuitos desse blog era escrever justamente as bobagens que me vêm à mente, para que elas não me dêem mais nós de tensão nas costas do que eu já tenho sentido.
Enfim, é isso!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

À beira de um monte de coisas.

À beira de um Seminário sobre Sistemismo, de uma apresentação sobre meu projeto de dissertação. À beira de um ataque de nervos. Mas estou curtindo muito isso. Sou movida a leituras, fichamentos, novos conhecimentos, pesquisas, projetos.

Semana passada, passei tardes na biblioteca da Upis, minha antiga universidade. Em um só dia, li 5 livros, deixei 3 pra trás porque não deu tempo. Sustentabilidade, Teoria dos Sistemas, Etnoconservação, Comunidades, Questão de Gênero, História Oral.

Ai, que gostoso isso tudo! Ficava muito feliz a cada fichamento. Ainda pude reencontrar antigos (e eternos) professores, futuros colegas de profissão (hehehe). Foram eles: Magali Michels, Daniel Junqueira, Raul Torres, Lúcio Carvalho e Vicente Fonseca.

Caso alguém necessite, podem pesquisar os seguintes materiais que estudei nesse tempo (e ainda estou estudando):

Sobre Comunidades Tadicionais:
DIEGUES, Antonio Carlos. Ilhas e Mares. Simbolismo e Imaginário. São Paulo: Editora Hucitec, 1998.  


_____. Etnoconservação. Novos rumos para a proteção da natureza nos trópicos. São Paulo: Hucitec, 2000.

_____. O Mito da Natureza Intocada. 3ª ed. São Paulo: Hucitec, USP, 2000.

WOORTMANN, Ellen Fernsterseifer. O Ambiente e a Mulher. O Caso do Litoral do Rio Grande do Norte, Brasil. In: Latin American Studies, 12, 1992. The Association for Latin American Studies. Tokyo, Japan.

Sobre História Oral:
COSTA, Cléria Botelho da; MAGALHÃES, Nancy Alessio (orgs.). Contar história, fazer História. História, cultura e memória. Brasília: Paralelo 15, 2001.  

THOMPSON, Paul. A Voz do Passado. História Oral. 1935. tradução Lólio Lourenço de Oliveira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

Sobre Sustentabilidade:
CAPRA, Fritjof. A Teia da Vida. Uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. Editora Cultrix. São Paulo, 1996. 

GIANSANTI, Roberto. O Desafio do Desenvolvimento Sustentável. São Paulo: Editora Atual, 1998.